quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

[Matéria] Não mate o mensageiro



Uma Lei Antipirataria, que está para ser votada pelo congresso americano, prevê a punição das plataformas que veicularem produtos piratas. Intitulada Stop Online Piracy Act – SOPA – (“Pare Com A Pirataria Online”), a norma colocou em lados opostos grandes detentores de direitos autorais, como Warner, Paramount, Universal e Disney, e as companhias mais relevantes da web, como Google, Amazon, Facebook, Yahoo e Twitter.

Na minha visão, as empresas produtoras de conteúdo estão agindo de forma cínica e, escondendo-se por traz da bandeira dos direitos autorais, tentam impor barreiras aos produtores independentes de informação, que são os que mais se beneficiam com as plataformas de compartilhamento de conteúdo. Empresas maiores e com orçamentos mais vultuosos podem investir em propaganda paga, já blogueiros, como este que vos fala, não tem essa possibilidade.

Outro ponto a ser debatido é o modelo de comercialização de conteúdos. A internet permitiu que as pessoas consumam cultura de forma online e a preços muito mais acessíveis. O Netflix, por exemplo, criou um novo modelo online de aluguel de filmes. Grandes operadoras de TV a Cabo copiaram o modelo, o chamado on demand. Ou seja, novos modelos de comercializar estão surgindo das redes e estão tornando as plataformas sociais mais lucrativas e aposentando formas mais tradicionais de venda (a indústria fonográfica que o diga!).

Isso não é culpa da pirataria, é culpa da inovação. Como pregava o pesquisador canadense Marshall McLuhan, “as conseqüências sociais e pessoais de qualquer meio constituem o resultado do novo estalão introduzido em nossas vidas”. O estudioso explicou de uma forma visionária o que está acontecendo neste momento com a indústria de produção de conteúdo. “Os meios tecnológicos são recursos materiais ou matérias-primas, a mesmo título que o carvão, o algodão e o petróleo. Todos concordam em que uma sociedade cuja economia depende de um ou dois produtos básicos (…) apresentará como resultado determinados e evidentes padrões sociais de organização”. Ou seja, novas tecnologias implicam novas formas de encarar a sociedade e o mercado. Esse processo deve ser incentivado e não censurado por leis feitas para um mundo que já deixou de existir!

Para ler o SOPA na íntegra (em inglês), clique aqui.

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